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Apesar dos riscos, o mercado se mantém otimista para 2021

Matthew Toole
Matthew Toole
Director, Deals Intelligence

O ano de 2020 foi uma clara demonstração de que eventos econômicos imprevistos podem mudar tudo, de uma hora para outra. Mesmo assim, os mercados de capitais atingiram níveis de atividade sem precedentes na esteira dos lockdowns impostos pela pandemia. Agora, em 2021, apesar de os participantes do mercado estarem cientes dos riscos, o otimismo segue em alta, e a grande aposta é uma recuperação na área de M&As.


  1. Segundo a Pesquisa de Satisfação de Negociadores da Refinitiv, realizada com 460 deal makers ao redor do globo, a Covid-19 e recessões são os fatores que terão maior influência sobre os negócios ao longo deste ano.
  2. Surge um novo impulsionador de negócios: o compliance com a sustentabilidade. A pressão para que ele seja levado a sério tem vindo do setor privado, dos países e de novas medidas regulatórias, como o Regulamento de Divulgação de Informações sobre Finanças Sustentáveis ​​da UE.
  3. Os negociadores também acreditam que o comércio global e o protecionismo continuarão a ser riscos importantes em 2021.

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O horizonte dos mercados vem sendo tomado por uma série de riscos –e nenhum deles exatamente pequeno.

Um dos principais fatores macroeconômicos apontados como capazes de impactar as negociações em 2021 é a “pandemia & medidas de prevenção”, uma categoria nova (e indesejável) na Pesquisa de Satisfação de Negociadores da Refinitiv.

Uma “recessão em uma ou mais economias desenvolvidas” também foi outro risco identificado pelos entrevistados. Porém, como vários mercados desenvolvidos viram as piores contrações econômicas de sua história recente durante 2020, esse é um fator que pode ser considerado um problema para os banqueiros de M&A, mas um potencial estímulo da atividade para quem atua no segmento de títulos e dívidas.

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Riscos preexistentes ainda geram preocupação

Embora novas questões tenham surgido, os desafios antigos não saíram de cena, eles permanecem. A renegociação dos acordos comerciais globais e o impacto das políticas protecionistas, por exemplo, continuam sendo uma preocupação para 70% e 65% dos profissionais, respectivamente.

Na verdade, a crise sanitária global pode ter contribuído para elevar a tensão também nessa área. Se em 2019 as atenções estavam voltadas para a guerra tarifária entre China e Estados Unidos, com a pandemia as tensões comerciais espalharam-se pelo mundo todo. Temos visto desde países fechando fronteiras até democracias liberais usando a máquina do Estado para superar obstáculos contratuais e expropriar ativos essenciais de outros países que, por acaso, estão dentro de suas jurisdições.

Sustentabilidade como agente de estímulo dos mercados

Quase dois terços dos entrevistados citaram os “requisitos para cumprir as metas e regulamentos de sustentabilidade” como um importante fator de risco para os negócios.

Esse novo desafio vem sendo agravado pela pressão do setor privado –que engloba os principais gestores de ativos—, metas de sustentabilidade de uma crescente lista de países e medidas regulatórias cada vez mais exigentes, como Regulamento de Divulgação de Informações sobre Finanças Sustentáveis ​​da UE (SFDR, na sigla em inglês), que entrou em vigor agora em março.

Apesar dessas questões, e particularmente o SFDR, aumentarem significativamente a quantidade de relatórios e a sua complexidade, é provável que o impacto das iniciativas sustentáveis ​​nos negócios seja bastante positivo. Afinal, empresas, setores da economia e países precisarão transformar seus comportamentos, modelos operacionais e negócios para atender às metas e expectativas ambientais.

Impacto do Brexit

Diante de um pano de fundo tão dinâmico, a tão aguardada saída do Reino Unido da UE, em 31 de janeiro de 2021, foi o anticlímax.

Nos mercados, as opiniões quase não mudaram desde o anúncio do Brexit em 2016. Ou seja, quase 60% dos negociadores acreditam que as empresas do Reino Unido se tornarão menos atrativas daqui em diante. E, para 65%, as organizações de outros países europeus ganharão destaque com o Brexit.

Já no que diz respeito aos bancos do Reino Unido, os entrevistados parecem discordar sobre as possíveis mudanças: metade espera que eles se tornem menos relevantes e 25% discordam desse sentimento.

Grandes Expectativas

Em meio a um cenário econômico global tão complexo e repleto de riscos, não se pode criticar aqueles que esperam que os altos níveis de atividade vistos nos Equities Capital Markets (ECM) e nos Debt Capital Markets (DCM) ao longo de 2020 retornem a níveis mais “normais”.

Mas, por incrível que pareça, não é essa a expectativa –muito pelo contrário. A Pesquisa de Satisfação de Negociadores da Refinitiv concluiu que a maioria dos participantes do mercado de capitais espera níveis semelhantes de crescimento ao do ano passado, enquanto os banqueiros de M&A antecipam uma forte recuperação da área.

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