No início de um ano que se deverá mostrar crucial para as finanças sustentáveis, exploramos os principais fatores que ajudarão a moldar o setor e prepará-lo para o futuro.
- Cinco temas principais serão responsáveis por definir a agenda de finanças sustentáveis de agora em diante.
- Entre eles, estão avanço regulatório, considerações climáticas mais amplas e greenwashing.
- Além disso, o acesso a dados de qualidade continuará sendo uma parte vital da jornada financeira sustentável no mundo.
O LSEG tem se dedicado a enfrentar alguns dos urgentes desafios globais em busca de um crescimento sustentável para economias no mundo todo. É por isso que estamos focados na fusão permanente entre sustentabilidade e finanças, e iniciamos 2023 de olho nos cinco principais fatores que deverão impulsionar o setor de finanças sustentáveis neste ano.
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Complexidade dos regulamentos
No âmbito das finanças sustentáveis, regulamentação, padrões e diretrizes de divulgação e definições utilizadas ainda se encontram em plena evolução.
Por isso, temos falado insistentemente sobre a importância da convergência de iniciativas e regulamentos nessa arena, que ainda se mostra altamente fragmentada.
Há, sim, uma série de projetos bastante promissores, mas acreditamos que ainda demore algum tempo até chegarmos ao fundo deste problema e que o setor financeiro consiga simplificar essas questões.
Recomendação: Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB); Comissão de Valores Mobiliários (SEC); e formuladores de políticas da União Europeia (UE) devem alinhar seus princípios e métricas, bem como esforços de marcação digital, em regras de divulgação de sustentabilidade.
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Fator natureza: cada vez mais presente na sala de reuniões
Estima-se que metade do PIB mundial dependa de capital obtido a partir da natureza. O problema é que quase nenhum desses custos está incluído na contabilidade financeira, gestão de riscos ou avaliações de negócios.
Além disso, a crise climática não pode ser resolvida sem a natureza.
A biodiversidade foi, por muito tempo, ignorada pelos mercados de capitais. Mas isso já é passado, e com a popularização das finanças sustentáveis –impulsionada pelo acordo global alcançado na COP15, em Montreal—o tema está no centro das atenções.
Espera-se que haja uma aceleração das definições de KPIs para recursos naturais, bem como para requisitos de divulgação. E, claro, também é necessária uma maior disponibilidade de dados que faça com que produtos e soluções financeiras relacionados à natureza tornem-se cada vez mais comuns.
Recomendação: garantir que as recomendações finais da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (TNFD) –esperadas para setembro de 2023—, o alinhamento do ISSB com o TNFD e a colaboração com as seguradoras colaborem para superar esses desafios.
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Custo da descarbonização
Atualmente, por incrível que pareça, as empresas ainda têm pouco conhecimento sobre o custo da descarbonização. Quando se trata de atingir suas metas Net Zero, ou seja, de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa, muitas delas precisam medir e quantificar o preço disso.
Mas, a partir deste ano, dimensionar e precificar a descarbonização de um negócio deverá estar no topo da agenda corporativa, pois desafios como o custo de energia ainda se manterão relevantes.
Recomendação: combinar custos com benefícios de curto e longo prazo para ter uma visão completa do quadro. Não há alternativa: no futuro, o preço do carbono será item obrigatório.
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Reavalie alegações, terminologias e rótulos
Riscos políticos e de litígio estão forçando as empresas a reavaliar suas alegações ESG, além de rótulos de produtos e declarações públicas.
Quer se trate de classificar fundos como Artigo 6, 8 ou 9, ser um membro da NZAOA, ou chamar uma estratégia de investimento de ESG, o setor financeiro sustentável está andando sobre uma linha muito tênue e que ainda não está claramente definida –o que o torna um segmento crucial para este momento, mas ao mesmo tempo, arriscado.
Recomendação: buscar transparência, além de definições e normas globais.
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Financiamento para descarbonização
À medida que o mundo começa a realmente entender (e a computar) os custos da natureza e das mudanças climáticas, é preciso aumentar a quantidade de financiamentos para um plano de transição, acelerando assim a descarbonização do planeta.
Os títulos vinculados à sustentabilidade e os títulos de transição estão crescendo significativamente na União Europeia e na China, o que reabre o debate sobre a necessidade de introduzir taxonomias de transição.
Recomendação: promover orientações claras sobre os planos de transição, fazendo com que se concentrem em modelos de divulgação que permitam a padronização dos dados.