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As suas senhas estão com os dias contados

É quase impossível se lembrar de cada uma das senhas dos sites e serviços que acessamos no dia-a-dia, não é mesmo? Mas a boa notícia é que agora, com a evolução da autenticação biométrica, poderemos esquecê-las de vez.  


Não é nenhum segredo que o comércio digital está revolucionando os negócios tradicionais devido à conveniência que oferece. Atualmente, podemos comprar qualquer tipo de mercadoria, realizar transações financeiras e conversar com pessoas ao redor do globo sem botar os pés para fora de casa.

No entanto, ainda nos sentimos um pouco frustrados ao fazer negócios online –especialmente pela baixa qualidade da experiência digital. As maiores queixas dos clientes? Ter de comprovar repetidamente a identidade e gerenciar uma vasta coleção de senhas.

 

Uma recente pesquisa conduzida pela Intel Security apontou que as pessoas mantêm, em média, 27 logins diferentes de serviços online. Ou seja: muitas senhas para lembrar.

 

Segundo a mesma sondagem, 37% dos entrevistados esquecem senhas ao menos uma vez por semana, o que leva à frustração, redefinição das mesmas e, muitas vezes, abandono do site.

 

Prejuízos para ambas as partes

Além de ser chato para o usuário, significa uma enorme dor de cabeça para as empresas. Isso porque elas têm que arcar com o custo do serviço de alteração de senha e perdem receita pela desistência do cliente em usar o site. Senhas (particularmente as mais simples) também são um risco para a segurança do serviço, deixando-o vulnerável a hackers. Portanto, a fim de melhorar tanto a segurança quanto a conveniência, as organizações estão repensando a questão da identidade digital. E algumas têm tomado a dianteira, aproveitando tecnologias avançadas – como a autenticação biométrica— para fornecer uma experiência bem mais agradável e tranquila a seus clientes.

 

Mas, afinal, o que é autenticação biométrica?

A autenticação biométrica usa atributos físicos únicos e medidas corporais como método de identificação e controle de acesso aos serviços. Entre as características físicas frequentemente usadas para autenticação estão impressões digitais e palmares, reconhecimento de voz e de face e varreduras de íris, pois elas são exclusivas de cada indivíduo.

 

Empresas que oferecem serviços online agora estão optando pela autenticação biométrica para diminuir o chamado “atrito de acesso”. Afinal, é muito mais rápido e fácil utilizar a biometria do que lembrar e digitar uma senha.

 

Dispositivos móveis como celulares, tablets e notebooks, tanto IOS quanto Android, têm ajudado a popularizar a autenticação biométrica. De acordo com uma pesquisa da Deloitte, 28% dos usuários de smartphones do Reino Unido utilizam o reconhecimento de impressões digitais; 33% deles desde o ano passado.

Embora o emprego de outros autenticadores biométricos ainda seja baixo, espera-se que o recente lançamento do Face ID no iPhone X estimule outras modalidades, como a de face ou de íris.

 

Inovação nos aeroportos dos EUA

Outro exemplo da crescente adoção de autenticação biométrica é em aeroportos. O CLEAR, presente em alguns terminais norte-americanos, tem sido uma alternativa mais rápida do que a TSA PreCheck para a inspeção de segurança aeroportuária.

 

Com a tecnologia, o agente da TSA não precisa mais verificar a documentação do viajante, que consegue autenticar sua identidade por meio de biometria.

 

Esse serviço elimina a necessidade de o passageiro levar consigo a documentação física, além de ser um procedimento de segurança muito mais rápido e eficiente. Companhias aéreas como Delta e JetBlue também já estão testando o reconhecimento facial como substituto para a digitalização de cartões de embarque na hora da entrada na aeronave.

 

Gerenciamento de risco de transações financeiras

Ao associar uma abrangente verificação de identidade à autenticação biométrica, as instituições e os provedores de serviços poderão saber com quem (de fato) estão fazendo negócios nos canais digitais.

Essa nova abordagem é de extrema utilidade, por exemplo para os bancos digitais. Para serem aceitos, os novos clientes se inscrevem online ou com um dispositivo móvel, como celular ou tablet.

Para ajudar a diminuir o risco de fraudes nesse processo, uma solução eficaz para a averiguação de identidade tem que examinar todos os aspectos da identidade de um indivíduo –biográficos, legais, eletrônicos e comportamentais. Só assim será possível confirmar se aquela é uma pessoa real e se ela corresponde ao que diz sobre si.

Em um segundo estágio, após a conta ter sido criada, a autenticação biométrica pode ser empregada em transações de alto risco, como transferências bancárias ou compras de alto valor em sites. Nesses casos, o banco poderia, por exemplo, enviar a um smartphone uma solicitação de impressão digital para que a transação fosse concluída. Isso daria à instituição financeira a garantia de que trata-se do usuário devidamente registrado, e não de um criminoso tentando cometer uma fraude.

 

A próxima fronteira: autenticação contínua

Embora o uso da biometria já seja visto como um salto positivo no que diz respeito à experiência do consumidor, algumas organizações pretendem avançar ainda mais, e eliminar qualquer inconveniente que o cliente possa experimentar no momento da autenticação. Em vez de enviar solicitações de autenticação biométrica para um dispositivo móvel, algumas empresas já estão empregando biometria comportamental para a validação contínua do usuário. Essa tecnologia avalia padrões comportamentais específicos e cria um algoritmo exclusivo para diferenciar cada usuário.

 

Com a ajuda da biometria comportamental é possível distinguir a maneira pela qual um indivíduo usa, por exemplo, um smartphone. Isso porque a forma como ele pressiona o teclado, segura o aparelho ou anda com ele no bolso é muito singular.

 

Os algoritmos podem ser configurados de várias maneiras: desde enviando sinalizações de risco ao provedor do serviço quando uma mudança de padrão for detectada até fornecendo pontuações que confirmam a identidade do usuário.

Sem dúvida, a autenticação contínua ainda é uma tecnologia emergente, e sua ampla adoção deve levar algum tempo, especialmente se comparada à autenticação biométrica tradicional. E apesar de ela ter potencial para substituir a biometria em alguns casos, acredita-se que os dois tipos de autenticação serão usados ​​em conjunto.

No caso de uma transferência eletrônica, se a autenticação comportamental não conseguir validar um usuário, essa pessoa poderá ser requisitada a passar por uma avaliação biométrica para concluir a transação. Isso propiciará uma experiência mais agradável ao cliente, reduzindo a probabilidade de um usuário ter acesso negado a um serviço. Além disso, protege tanto o usuário quanto o provedor de serviços contra possíveis fraudes.