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Big Data e Machine Learning: tendências para 2020

Geoff Horrell
Geoff Horrell
Director of Applied Innovation, London Lab

O programa Refinitiv Labs visa aproveitar o poder do Big Data e do Machine Learning para impulsionar a inovação que moldará o futuro dos serviços financeiros. Neste post, Geoff Horrell, diretor do Refinitiv Labs em Londres, aborda três temas e tendências importantes que devem definir o setor a partir deste ano.


  1. Escala e potência sem precedentes estão disponíveis na nuvem, e empresas (de qualquer tamanho) podem acessar bancos de dados de última geração, tecnologia de streaming e modelos de Machine Learning via open source.
  2. Novos modelos de negócios estão abrindo excelentes oportunidades. Por exemplo, sete das maiores companhias do mundo em 2018 –entre elas, Apple, Google e Amazon— eram empreendimentos baseados em plataformas.
  3. Os consumidores atuais, com amplo conhecimento de tecnologia, desejam uma experiência de alta qualidade e sem atritos em todos os aspectos de suas interações comerciais. Isso tem atraído maior atenção para a personalização da experiência do cliente, tendência que veio para ficar.

  1. Nivelamento tecnológico

O cenário tecnológico se transformou completamente. Hoje, a menor das fintechs tem acesso às mesmas ferramentas e tecnologia que o maior dos bancos. Escala e potência sem precedentes estão prontamente disponíveis na nuvem, e empresas de todos os tamanhos podem recorrer a bancos de dados de última geração, tecnologia de streaming e modelos de Machine Learning via open source.

Veja abaixo dois exemplos de suporte a essa tendência:

  • O código aberto do Google (em 2018) para o BERT, o inovador modelo de deep learning para processamento de linguagem que já foi baixado mais de 20.000 vezes e vem sendo constantemente aprimorado por 4.500 desenvolvedores em todo o mundo [1].
  • A doação da Microsoft, em código aberto, de 60.000 patentes para Linux [2] após a empresa ter anunciado planos de ingressar na Open Invention Network [3]. Para se ter uma ideia da importância disso, Linux é o sistema operacional que está na base de tudo, desde telefones celulares até a nuvem. Em 2019, a IBM concluiu sua maior aquisição de todos os tempos ao comprar a RedHat por US$ 34 bilhões. O acordo evidencia a crença dessa corporação no poder do Linux, que é parte integrante da RedHat [4].

Um projeto do Refinitiv Labs que emprega ativamente recursos de código aberto é o Project Mosaic, ferramenta inovadora para explicar movimentos extremos de preços usando análises em tempo real e Machine Learning. Para isso, o Mosaic combina notícias da Refinitiv, dados de mídias sociais, eventos e preços à plataforma de nuvem do Google, componentes de código aberto (como Kafka, Flink & Beam) para streaming de dados e um aplicativo de gráficos de terceiros chamado TradingView [5].

“Esses e outros avanços tiveram um grande efeito: nivelaram e aceleraram o ambiente tecnológico”, diz Geoff. “Esperamos que essa tendência continue forte em 2020, nivelando ainda mais o campo de atuação de todos os participantes do mercado”.

  1. Novos modelos de negócios, mais oportunidades

Novos modelos de negócios estão abrindo excelentes oportunidades. Por exemplo, sete das maiores companhias do mundo em 2018 –entre elas, Apple, Google e Amazon— eram baseadas em plataformas [6].

O surgimento e o rápido crescimento desses novos players alteraram completamente o cenário corporativo. A idade média das empresas do S&P500, por exemplo, caiu de 60 anos, na década de 1950, para 20 anos hoje –com a média de 28 anos para empreendimentos baseados em plataforma [7].

Um ótimo caso a ser lembrado é o do WeChat, start-up de 2011 que começou oferecendo um serviço de bate-papo gratuito e agora conta com 1 bilhão de usuários, lida com 40% dos pagamentos móveis na China e possui 880 parceiros comerciais, com mais de 1 milhão de pessoas construindo seus negócios por meio do aplicativo.

As plataformas bem-sucedidas devem primeiro criar escala e comunidades antes de monetizar o seu serviço; isso deverá ser feito posteriormente. Na Refinitiv, adotamos modelos de negócios que proporcionam crescimento em larga escala em novas áreas. E nossos laboratórios continuam profundamente comprometidos em promover esse pensamento ambicioso, ajudando nossos clientes a resolver desafios em um ambiente em profunda mudança.

Nosso Data Science Accelerator, por exemplo, fornece amostras de conjuntos de dados de qualidade e exemplos de documentação para os cientistas de dados explorarem, validarem e aperfeiçoarem seus próprios modelos de Machine Learning.

“Atualmente, temos 40 empresas testando o serviço e oferecemos hackathons para mais de 1.000 pessoas em alguns dos maiores bancos do mundo. À medida que 2020 avança, continuaremos a ultrapassar os limites da inovação tecnológica para amparar modelos de negócios dinâmicos e as novas necessidades dos clientes”, afirma Geoff.

  1. Experiências personalizadas para aumentar a receita

Os consumidores atuais, com amplo conhecimento de tecnologia, desejam uma experiência de alta qualidade e sem atritos em todos os aspectos de suas interações comerciais. Isso tem atraído maior atenção para a personalização da experiência do cliente, tendência que veio para ficar.

A McKinsey relata que “os atuais líderes em personalização encontraram maneiras comprovadas de aumentar de 5 a 15% a sua receita” [8], uma clara indicação do que essa tendência pode gerar.

Conforme a personalização continua se desenvolvendo, o investimento em processamento de linguagem natural (PNL) também avança. Espera-se que a indústria do Chatbot cresça de US$ 1,17 bilhão em 2018 para US$ 10 bilhões até 2026, com uma taxa composta anual de crescimento de 31%.

Por meio do Refinitiv Labs, estamos comprometidos em oferecer experiências melhores, mais pessoais, aos clientes. Por isso, a nossa abordagem é bastante colaborativa, focando diretamente nas necessidades e circunstâncias específicas de cada um.

Nesse sentido, a nossa equipe vem adotando o design thinking, abordagem que rompe com os moldes tradicionais de desenvolvimento e de entrega de soluções. Colocamos as necessidades e desejos dos clientes em primeiro plano para, a partir daí, projetar ferramentas inovadoras que os ajudam a superar desafios no mundo real.

Geoff enfatiza a importância de uma abordagem focada totalmente no usuário. “Iniciamos cada relacionamento procurando compreender as necessidades desse cliente específico. Em seguida, incorporamos o feedback dos usuários, guiando as equipes a inserir essas observações em nossos sistemas desde o início. É essa colaboração profunda que gera valor tangível e nos permite impulsionar a inovação em benefício do setor como um todo”.

[1] https://ai.googleblog.com/2018/11/open-sourcing-bert-state-of-art-pre.html
[2] https://www.wired.com/2016/08/linux-took-web-now-taking-world/
[3] https://www.computing.co.uk/ctg/news/3064361/microsoft-donates-60-000-patents-to-open-source-as-it-joins-open-invention-network/
[4] https://www.zdnet.com/article/how-the-cloud-wars-forced-ibm-to-buy-red-hat-for-34-billion/
[5] https://kafka.apache.org/;
https://flink.apache.org/ ;
https://beam.apache.org/;
https://www.tradingview.com/
[6] https://innovator.news/the-platform-economy-3c09439b56/
[7] https://www.applicoinc.com/blog/life-span-of-sp-500-companies-is-going-down/
[8] https://www.mckinsey.com/business-functions/marketing-and-sales/our-insights/the-future-of-personalization-and-how-to-get-ready-for-it/