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Em plena guerra comercial, investidores seguem de olho na China

Apesar da guerra comercial entre EUA e China e da economia global em desaceleração, uma pesquisa da Refinitiv demonstra que muitos empresários não se intimidam com os eventos recentes e continuarão investindo no gigante asiático, de olho no esforço de Pequim para abrir os mercados.


  1. Dados recentes compilados pela Refinitiv mostram que a guerra comercial com os Estados Unidos não tem prejudicado os investimentos em mercados chineses. Dois terços das empresas entrevistadas admitem a intenção de manter (ou mesmo expandir) as estratégias de negócios no país.
  2. Entre as razões para o aumento do investimento direto estrangeiro na China estão a liberalização financeira do país e o apelo a oportunidades de crescimento não disponíveis no Ocidente.
  3. A Refinitiv pode ajudar você a descobrir possibilidades de investimento na China e na Belt & Road Initiative, bem como mitigar alguns dos riscos associados à região.

Recentemente, a combinação entre a guerra comercial e o menor crescimento do PIB chinês em 27 anos levou alguns economistas a prever uma desaceleração do investimento direto estrangeiro no país asiático. Análises mais atentas, no entanto, agora captam sólidas evidências de que a China não apenas segue no jogo, mas tem sido crescentemente favorecida pelos investidores.

Dados do Ministério do Comércio chinês revelaram que, durante os primeiros sete meses de 2019, o investimento estrangeiro direto no país aumentou 7,3%, para US$ 75,6 bilhões, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. E a tendência parece estar acelerando.

Corroborando essa visão, uma pesquisa da Câmara de Comércio Americana de Xangai apontou que 80% dos empreendimentos norte-americanos estão otimistas sobre suas perspectivas de desenvolvimento na China nos próximos cinco anos.

De acordo com o Relatório Mundial de Investimentos de 2018, a superpotência asiática agora é classificada como o segundo maior destino de investimento direto estrangeiro, e a segunda economia mais atraente para empresas multinacionais –precedida (em ambos os casos) apenas pelos EUA.

Na cola dos EUA

Ao analisarmos os números do PIB chinês, a maior baixa em três décadas no trimestre de abril a junho não chega a ser tão ruim quanto parece. O crescimento do segundo trimestre ainda atingiu 6,2%, ligeiramente menor do que os 6,4% do primeiro, e bem acima de todas as outras grandes economias. Para se ter uma ideia, durante o mesmo trimestre, os EUA registraram uma alta de 2,1%, a Índia, de 5%, e o Reino Unido, de 1,2%.

Se observarmos o PIB dos últimos 20 anos, a taxa de crescimento da China vem alcançando lentamente os EUA, a maior economia do mundo, e a Oxford Economics prevê que a supere já em 2024.

Por que investir na China?

Nessa nova sondagem, a Refinitiv constatou que a volatilidade política está tendo pouco impacto sobre os investimentos nos mercados chineses, com quase dois terços das empresas planejando manter, ou mesmo expandir, suas estratégias atuais.

Diante de um cenário econômico que envolve fatores como guerra comercial, desaceleração do crescimento mundial e o medo de que a crescente maré contra a globalização prejudique o status comercial da China, o que está por trás dessa aparente resiliência?

Um dos motivos é que o gigantesco mercado chinês gera uma demanda crescente por praticamente tudo: de bens de consumo acabados para a classe média a matérias-primas necessárias em ambiciosos projetos de infraestrutura. E, à medida que o crescimento torna-se mais escasso no Ocidente, as empresas preparam-se para ir mais longe para encontrá-lo.

Abertura dos mercados financeiros

Outro importante fator nessa equação é que o presidente Xi Jinping continua mantendo seu compromisso com a liberalização econômica. Talvez suas medidas recentes não estejam ganhando as manchetes internacionais como as do início do processo –entre elas, a criação do mercado de títulos de dim sum e a expansão do projeto de liquidação transfronteiriça.

Entretanto, o recente lançamento do Shanghai-London Stock Connect é algo bastante significativo: uma parceria da Shanghai Stock Exchange e da London Stock Exchange Group, com o apoio dos governos e autoridades reguladoras do Reino Unido e da China. Por meio dessa iniciativa, investidores globais poderão se beneficiar do crescimento chinês via Londres, e investidores chineses serão capazes de acessar ações listadas internacionalmente.

Além disso, com o alívio das restrições sobre os índices de participação estrangeira em bancos domésticos e em empresas de administração de ativos financeiros, surgem oportunidades para os bancos de capital estrangeiro estabelecerem filiais e subsidiárias.

Já, para mercados específicos, como o de commodities, a introdução de futuros de petróleo e de minério de ferro serviu para abrir ainda mais o setor financeiro chinês.

E a China’s Financial Futures Exchange também flexibilizou as suas regras de negociação, reduzindo os requisitos de margem, cortando taxas e permitindo mais atividades comerciais. Depois disso, outras bolsas de valores passaram a oferecer políticas mais favoráveis ​a contrapartes estrangeiras, incluindo o China Foreign Exchange Trade System.

Projeto ambicioso

Para investidores estrangeiros, a abertura do mercado chinês tem oferecido oportunidades e possibilidades em territórios até então desconhecidos.

Seis anos após o seu lançamento, a Belt and Road Initiative (BRI) representa um importante impulso para a economia global, com inúmeros projetos de estradas, ferrovias, portos e outras infraestruturas –muitos já em construção—para realizar a grande ambição de Pequim de conectar Ásia, África e Europa.

Atualmente, o banco de dados sobre o BRI da Refinitiv acusa 2.631 projetos de construção que somam um valor total de US$ 3,7 trilhões. Entre as 2.600 empresas envolvidas nesse plano de desenvolvimento, mais de 55% delas são de fora da China. Mas, por incrível que pareça, apenas 1% dos investimentos no BRI é estrangeiro.

A Refinitiv pode ajudar você a descobrir possibilidades de investimento como essas, além de mitigar alguns dos riscos associados à região, como dívida do governo, superexposição a mercados emergentes e falta de transparência nos negócios.

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Assita abaixo o vídeo China’s Belt and Road Initiative (BRI): Project industry and funding source data