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Refinitiv realiza o Brasil Financial Summit 19 com foco em novas tecnologias e perspectivas econômicas para 2020

Segunda edição do Brasil Financial Summit da Refinitiv reúne executivos de bancos, tesoureiros de grandes corporações e importantes nomes do setor público para discutir desde mudanças que os avanços tecnológicos estão provocando no setor financeiro até expectativas para o país no próximo ano.

Henrique Meirelles em palestra sobre perspectivas econômicas no Brasil Financial Summit 19 

Reunidos no dia 17 de outubro em São Paulo para o Brasil Financial Summit 19, executivos de grandes bancos e empresas do país, representantes do governo federal e estadual, diretores internacionais da Refinitiv e jornalistas abordaram temas como automação do setor de câmbio e de tesourararia corporativa e estratégias de hedging para multinacionais, além de, claro, avaliar as perspectivas para o cenário macroeconômico em 2020. Entre os destaques do evento, tivemos:

  1. Neill Penney, Managing Director and Co-Head of Trading da Refinitiv, explicando como as transações eletrônicas estão revolucionando a estrutura do setor de FX em todo o mundo.
  2. Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional, falando sobre os motivos que levaram o Brasil ao atual desequilíbrio fiscal e à recente recessão econômica e quais medidas estão sendo tomadas para nos colocar no caminho do crescimento sustentável.
  3. Henrique Meirelles, executivo da área financeira, político e atual Secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, abordou na última palestra do evento a importância da agenda de reformas iniciadas ainda no governo Temer, o porquê do crescimento abaixo do esperado neste ano e a urgência de se atacar fatores que emperram a produtividade do país – a seu ver, a única forma de retomar um crescimento anual do PIB próximo dos 3%.

Em um ano marcado por um novo governo federal –que ainda delineia medidas econômicas para recolocar a economia brasileira nos trilhos do crescimento— e por uma acirrada guerra comercial (e tecnológica) entre as duas maiores potências econômicas mundiais, a segunda edição do Brasil Financial Summit, evento anual realizado pela Refinitiv, tratou de questões imprescindíveis para este momento: a real eficácia da agenda de reformas programada no país para a recuperação do PIB e o papel revolucionário das novas tecnologias no setor financeiro.

Como as negociações eletrônicas redesenham a estrutura global do setor de câmbio? De que forma as equipes de tesouraria de grandes empresas aproveitam a automação da área para se dedicar a funções mais estratégicas? E, na esfera macroeconômica, quais os ajustes necessários para nos livrarmos do desequilíbrio fiscal e voltarmos a crescer de forma sustentada?

Para responder a essas e outras perguntas, reunimos os principais players da comunidade financeira e autoridades do País no Brasil Financial Summit 19. Se você não pôde participar, clique aqui para assistir a íntegra do evento.

A seguir, destacamos os principais momentos do summit da Refinitiv.

Inovação aprimora o mercado de FX

Para abrir a programação e dar o tom do evento, Daniel Buttino,  Director, Brazil & Southern Cone na Refinitiv, ressaltou o inédito grau de importância de dados de qualidade para o sucesso dos negócios. “Nunca dados relevantes e confiáveis foram tão importantes como agora. Nossa missão é proporcionar conteúdo de relevância para que nossos clientes e suas empresas possam tomar decisões acertadas”, resumiu ele.

Neill Penney, da Refinitiv, em sua apresentação sobre as mudanças na estrutura global do mercado de câmbio

Em seguida, na apresentação “How Electronic Trading is Changing FX Market Structure Globally , Neil Penney, Managing Director and Co-Head of Trading na Refinitiv, afirmou que, após um hiato de dez anos, desde a crise financeira global de 2008, a inovação voltou com força para o setor financeiro em 2018 e está mudando o mercado de câmbio para melhor. Em sua visão, a adoção cada vez maior da negociação eletrônica tem sido responsável, entre outras coisas, pela menor volatilidade que se vê hoje nesse mercado. “Além disso, o avanço tecnológico vem impulsionando as organizações a adotar agendas inovadoras de crescimento. Já vemos isso, por exemplo, com os investimentos sustentáveis”, completa.

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País se abre para reformas

Em sua palestra “Equilíbrio Fiscal”, Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional, falou dos desafios da situação fiscal brasileira e apontou caminhos para a redução do endividamento do Estado por meio de reformas, como a administrativa, a tributária e a da Previdência, já em andamento, além da necessidade de seguir privatizando empresas estatais.

“A reforma administrativa é mais prioritária neste momento do que a tributária, uma vez que é mais consensual”, disse. Segundo Mansueto, a ideia do governo é enviar ao Congresso a proposta de reforma ainda neste mês. Mas ele ponderou que a pauta ainda está em discussão e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá de “bater o martelo”.

“A (reforma) tributária é consensual pela necessidade de simplificar regras, mas quando você entra nos detalhes tem muita mudança setorial, aí fica muito mais complexo. Já a administrativa é algo que todo mundo reconhece como necessária e uma parte do serviço público aceita e estimula”, explicou o secretário. E completa: “O clima geral para discussão de reformas no país está positivo”.

A reforma administrativa está dentro do Pacto Federativo defendido pela equipe econômica e toca em pontos como estabilidade do funcionalismo público, redução da jornada de trabalho, de salários e reajuste de vencimentos.

Mansueto Almeida analisa os desafios da situação fiscal brasileira na segunda edição do Brasil Financial Summit

Para Mansueto, apesar do déficit fiscal e da lenta recuperação que o país enfrenta, fruto de uma série de decisões equivocadas principalmente entre 2008 e 2014, as perspectivas são positivas.“Ao contrário de outros grandes países emergentes, temos uma economia diversificada, com pecuária, óleo, gás. E uma boa surpresa é a indústria petrolífera”, ressalta. Ele lembra que após cinco anos de intervalo, o país tem um mega leilão de áreas de petróleo e gás no pré-sal previsto para 6 de novembro, que pode render cerca de 106 bilhões de reais à União.

Clique aqui para assistir o Brasil Financial Summit 19 na íntegra

Executivos do setor financeiro em painel sobre a automação da tesouraria

Automação revoluciona a tesouraria

Ainda durante o período da manhã, o evento contou com uma série de paineis para discutir temas como a automação da tesouraria, estratégias de hedging e panorama econômico para 2020.

  1. No primeiro deles, dedicado ao sell-side, executivos dos principais bancos do país compartilharam suas experiências com a crescente automação dos sistemas de tesouraria. Entre as principais vantagens, citaram a redução de custos e melhoria do fluxo de trabalho, o que libera os profissionais para se dedicar a funções mais criativas, analíticas e de maior valor agregado. No que diz respeito aos benefícios para os clientes, ressaltaram ainda o aumento da eficiência e da transparência.
  2. Já no painel com foco no buy-side, sobre estratégias de hedging, renomados profissionais de tesourarias corporativas de multinacionais discutiram o impacto de fatores como juros mais baixos no país e da volatilidade sobre as suas estratégias de hedging. No entanto, aí também o tema da automação foi central, lembrando como as equipes de tesouraria atuais conseguem operar com um número reduzido de pessoas graças a plataformas como a FXall, da Refinitiv, que ajuda a acelerar e simplificar processos antes maçantes e mecânicos. Como explicaram os panelistas, com essas funções agora automatizadas, é possível focar mais em estratégias financeiras que podem agregar maior valor para a empresa. Ou seja, uma evolução natural da profissão.
  3. No último dos paineis do dia, sobre o panorama econômico para 2020, executivos do mercado financeiro analisaram as perspectivas para o próximo ano, quando os economistas preveem para o Brasil uma recuperação gradual do PIB e juros em baixa recorde. De forma geral, os panelistas se mostraram positivos quanto à nossa futura situação macroeconômica. Isso porque, mesmo com um grave déficit fiscal, observam no país mudanças estruturais amplas e profundas.

Já em relação ao cenário externo, para eles o principal risco é o baixo crescimento global e o esgotamento de políticas monetárias expansionistas. Sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, foram enfáticos em dizer que qualquer possível benefício para o Brasil será pontual. Além disso, acreditam que a disputa fará parte da cena econômica mundial por um bom tempo, já que se trata muito mais de uma competição por hegemonia tecnológica e econômica do que comercial.

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Assista o vídeo dos melhores momentos do Brasil Financial Summit 19

Retomada da confiança para voltar a crescer

Para fechar a programação do Brasil Financial Summit 19, Henrique Meirelles, atual Secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, abordou na palestra “Perspectivas Econômicas e Agenda das Reformas” assuntos como a importância da agenda de reformas iniciadas ainda no governo Temer; os motivos do crescimento abaixo do esperado em 2019; e a urgência de se melhorar a produtividade do país.

Como explicou Meirelles, há uma clara correlação entre a queda do índice de confiança na economia e a diminuição do PIB. E o que começou a ser projetado já no início do governo Temer, segundo ele, foi um processo de restauração desse sentimento, atacando o déficit público por meio de uma série de reformas essenciais, como a trabalhista. “Atualmente, com a reforma da previdência e outras que estão em pauta, o governo segue nesse processo, e as perspectivas no íncio de 2019 eram de um crescimento de 2,5%. Mas hoje o consenso está em torno de 0,9%”, comenta.

Para ele, os ruídos gerados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro em torno de questões não econômicas, como as queimadas na Amazônia, contribuíram para limitar o crescimento da economia neste ano. “Começou a haver muito tumulto desnecessário e isso gerou também uma incerteza desnecessária”, afirmou Meirelles. Além das controvérsias do governo, que segundo o secretário assustaram investidores, também trabalhou contra a projeção o atraso no andamento da reforma da Previdência.

Em sua exposição, Henrique Meirelles citou ainda o que ele considera um dos principais problemas do Brasil e que, na sua visão, é um impedimento para que um país tenha um crescimento robusto e contínuo: baixa produtividade. “A produtividade não é tudo, mas a longo prazo, é quase tudo”, diz. Para combater essa mazela, ele vê como essenciais medidas que vão de abertura comercial e desburocratização das leis trabalhistas até reforma tributária e melhoria da infraestrutura do país.

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