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Tesouraria corporativa: a automação cambial não precisa ser um bicho de sete cabeças

Raj Melvani
Raj Melvani
Performance Director – Corporates & Commodities, Asia

Os tesoureiros corporativos costumam encarar a automação cambial como algo extremamente complexo e trabalhoso. A realidade, no entanto, pode ser bem diferente. Com este post, gostaríamos de ajudar a desmistificar esse processo de uma vez por todas, mostrando que bastam cinco passos para otimizar todo o fluxo de trabalho dos serviços de FX.


  1. Ao iniciar o processo de automação cambial, os tesoureiros corporativos geralmente não sabem por onde começar –muito menos como visualizar o projeto do início ao fim.
  2. Nossos cinco passos em direção à automação dos serviços cambiais de uma tesouraria ressaltam a importância da adesão dos stakeholders internos e externos, e do detalhamento de todas as exposições de FX da empresa.
  3. Em nossos relatórios sobre boas práticas corporativas, destacamos os benefícios e os vários estágios de uma solução automatizada para a área cambial.

Já apresentamos em outros posts deste blog as vantagens de uma tesouraria corporativa aderir a um fluxo de trabalho que seja totalmente automatizado. E, apesar de serem muitas (e cada vez mais evidentes), ainda nos deparamos com profissionais da área que continuam gerenciando seu câmbio de forma manual.

Eles, certamente, têm suas razões. E acreditamos que uma delas seja a preocupação com o processo de implementação do novo modelo.

Sim, como regra, os projetos de tecnologia são mesmo complexos e trabalhosos, e muitos deles chegam a estourar tanto o orçamento quanto o cronograma. No entanto, com a estratégia e a equipe certas, essa história pode ser bem diferente.

Ao optar pela automação de seus serviços de câmbio, os tesoureiros quase nunca sabem por onde começar, muito menos como visualizar o projeto em toda a sua extensão, do início ao fim.

Embora não exista uma lista definitiva de tarefas ou uma ordem na qual elas devam ser executadas, nossa experiência na Refinitiv aponta que há cinco etapas até a total implementação de um fluxo de trabalho completamente automatizado. Confira a seguir quais são elas:

  1. Garantir a adesão dos stakeholders (internos e externos)

Um dos maiores desafios associados à automação de FX é como gerenciar as expectativas dos membros da equipe de tesouraria. Afinal, eles têm receio de que as suas funções sejam substituídas pela tecnologia.

Mas, ao contrário do que se imagina, a automação pode criar novas oportunidades, bem mais estratégicas, para os profissionais do setor.

Entretanto, o time nem sempre adere facilmente a essa mudança. Pode haver certa resistência em abandonar tarefas administrativas para mergulhar no gerenciamento de funções mais complexas, em que deverão supervisionar a execução de novos sistemas e processos.

Por isso, a equipe deve ser informada sobre essa transição com a maior antecedência possível –e não apenas os funcionários internos da empresa. Todos os que prestam serviços ao departamento, como bancos, precisam ser mantidos a par dos planos de automação. Assim, eles poderão garantir que quaisquer alterações processuais que venham a afetar seu trabalho não impeçam essa transição.

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  1. Identificar as exposições cambiais

Somente quando todas as exposições cambiais forem verificadas, as empresas poderão ter uma visão holística dos riscos e oportunidades envolvidos no processo. É possível descobrí-las usando um sistema de gerenciamento de tesouraria, uma ferramenta de planejamento de recursos empresariais ou mesmo um software de contabilidade.

Geralmente, existem três tipos de exposição cambial:

  • Exposição de transação –a quantia em caixa no futuro estará exposta a eventuais alterações na taxa de câmbio.
  • Exposição de tradução –o dinheiro das afiliadas estrangeiras deverá ser convertido na moeda local da matriz.
  • Exposição econômica –o potencial impacto das mudanças na taxa de câmbio de longo prazo no caixa da empresa.

Somente após identificar todas as exposições, os tesoureiros estarão aptos a calcular de forma precisa, e com antecedência, todas as suas posições cambiais. Isso poderá ser realizado com frequência diária, semanal, mensal ou mesmo trimestral, dependendo da complexidade dos negócios.

  1. Definir políticas de câmbio e criar uma estratégia de hedge

Nesse estágio, os tesoureiros já podem definir os objetivos do gerenciamento de exposição cambial, a quantidade de exposição permitida, os níveis aceitáveis de exposição e os métodos de hedge escolhidos.

Há diversas ferramentas que os ajudarão a estabelecer procedimentos de gerenciamento de exposição cambial. E isso inclui a capacidade de controlar o que cada membro da equipe vai executar durante o processo.

Em uma empresa, a estratégia de hedge deve atender tanto aos requisitos regulamentares quanto aos do negócio. Ao assumir essa estratégia, é necessário que a estrutura de gestão de riscos da companhia sublinhe os instrumentos financeiros permitidos –por exemplo, opções vanilla, forwards cambiais ou NDFs—, além de separar as formas externas e internas de hedge.

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  1. Estabelecer métricas de desempenho, testes de estresse e avaliações frequentes

Agora chegou a hora de definir métricas de desempenho, que ajudam a avaliar o sucesso das políticas e da estratégia. Para isso, é importante considerar:

  • O impacto que um movimento de 10% no mercado terá nos negócios.
  • Com que facilidade e rapidez os tesoureiros podem reajustar os preços com clientes e fornecedores.
  • Se a empresa possui um fluxo de caixa suficientemente robusto para suportar seus requisitos de hedge.

Para avaliar a qualidade das práticas de gerenciamento de exposição cambial, os tesoureiros podem testar novamente os procedimentos de hedge e analisar se há desvios das metas estabelecidas. Isso requer o cálculo de posições e a previsão de futuras taxas cambiais e de hedge.

A tesouraria também deve revisar formalmente, em intervalos periódicos, a política cambial, bem como medir a eficácia das exposições previstas para as posições já calculadas.

Por fim, os resultados dessas atividades precisam ser frequentemente comunicados a todos os stakeholders.

Existem soluções para auxiliar os profissionais nessas tarefas, levando-os a economizar tempo e dinheiro.

  1. Adote medidas robustas de governança

Para garantir que os procedimentos de gestão cambial estejam de acordo com as políticas aprovadas pela empresa, é necessário criar um comitê de supervisão de risco composto por membros da alta administração.

Embora não participe das decisões operacionais, esse comitê servirá para revisar regularmente estratégias de câmbio, limites de exposição e aprovar exceções às políticas cambiais (se necessário).

Também seria aconselhável ter uma unidade operacional de compliance para monitorar as transações de derivativos e garantir que apenas os instrumentos aprovados serão utilizados. Além disso, ela supervisionaria os procedimentos de negociação, calcularia adequadamente as exposições e mediria com precisão os riscos cambiais.

Melhores práticas para a automação cambial

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